G-FTX4J4FL2P

ORDEM MILITAR DA TORRE E ESPADA, DO VALOR, LEALDADE E MÉRITO

Condecoração atribuída a militares por acções realizadas ao serviço de Unidades Comando

Membro Honorário

REGIMENTO DE COMANDOS

gen-soarescarneiro
Grã-Cruz

GEN “CMD” SOARES CARNEIRO

mgen-jaimeneves
Grande Oficial com Palma

MGEN “CMD” JAIME NEVES

gen-almeidabruno

Oficial com Palma

GEN “CMD” JOÃO DE ALMEIDA BRUNO

cor-lobatofaria

Oficial com Palma

COR “CMD” LOBATO DE FARIA

cor-ribeirofonseca

Oficial com Palma

COR GRAD “CMD” RIBEIRO DA FONSECA

cor-folques

Oficial com Palma

CORT “CMD” RAUL FOLQUES

cor-abreucardoso

Oficial

COR “CMD” ABREU CARDOSO

cap-martinsvalente

Oficial

CAP “CMD” MARTINS VALENTE

cor-saraiva

Oficial

COR “CMD” MAURÍCIO SARAIVA

cap-bacarjalo

Oficial

CAP “CMD” JOÃO BACAR JALÓ

cap-alvescardoso

Oficial

CAP “CMD” ALVES CARDOSO

tcor-marcelinomata

Cavaleiro

TCOR “CMD” MARCELINO DA MATA

tcor-ferreiragaspar

Cavaleiro

TCOR “CMD” FERREIRA GASPAR

tcor-isaiaspires

Cavaleiro

TCOR “CMD” ISAÍAS PIRES

ORDEM MILITAR DA TORRE E ESPADA, DO VALOR, LEALDADE E MÉRITO É A MAIS IMPORTANTE ORDEM HONORÍFICA PORTUGUESA.

De acordo com o estabelecido na Lei das Ordens Honoríficas Portuguesas, destina-se a galardoar méritos excepcionalmente distintos no exercício das funções dos cargos supremos dos órgãos de soberania ou no comando de tropas em campanha. Da mesma forma, premeia feitos excepcionais de heroísmo militar ou cívico e actos ou serviços excepcionais de abnegação e sacrifício pela Pátria e pela Humanidade.

O Grande-Colar da Ordem da Torre e Espada é o mais alto grau da Ordem e é concedido, no final do mandato, a quem tiver exercido o cargo de Presidente da República. A partir de 2011, voltou a poder ser também concedido a Chefes de Estado estrangeiros, antigos Chefes de Estado e a pessoas cujos feitos, de natureza extraordinária e especial relevância para Portugal, os tornem merecedores dessa distinção.

GRAUS E INSÍGNIAS DA ORDEM MILITAR DA TORRE E ESPADA, DO VALOR, LEALDADE E MÉRITO

Aos vários graus da Ordem, concedidos a militares e a civis, pertencem honras militares correspondentes aos seguintes postos, se os condecorados não tiverem outras superiores:

a) Grande-Colar e Grã-Cruz – General;
b) Grande-Oficial – Coronel;
c) Comendador – Tenente-Coronel;
d) Oficial – Major;
e) Cavaleiro ou Dama – Alferes.

Os condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito podem usar tantas insígnias quantos os graus que lhes tiverem sido concedidos.

Aos militares condecorados com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito é permitido o uso das insígnias respectivas, em passeio, com qualquer uniforme.

DISTINTIVO

O distintivo da Ordem Militar da Torre e Espada é uma estrela de cinco pontas de esmalte branco perfilada de ouro, assente sobre uma coroa de carvalho de esmalte verde perfilada e frutada de ouro, tendo entre as duas pontas superiores uma torre de ouro e iluminada de azul, sendo a estrela carregada, ao centro, de um círculo de ouro com uma espada de esmalte azul, posta em faixa sobre uma coroa de carvalho de esmalte verde e realçada de ouro, tudo envolvido por coroa circular de esmalte azul filetada de ouro, com a legenda “Valor, Lealdade e Mérito”, em letras maiúsculas de ouro. No reverso, ao centro e em campo de esmalte azul, o escudo nacional, circundado da legenda “República Portuguesa”, em letras maiúsculas de ouro.

A cor da Ordem é o azul ferrete.


Regimento de Comandos

Membro-Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 22 de Fevereiro de 1985

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que os Comandos, cuja origem remonta ao ano de 1959, quando foram criadas as primeiras companhias de tropas então conhecidas por <<Caçadores Especiais>>, se distinguiram sempre pela conduta dos seus elementos, muitos dos quais sacrificaram a própria vida na defesa dos valores sagrados da Pátria Portuguesa;

Considerando os altos feitos de heroísmo praticados pelos mesmos em acções de combate nos três teatros de operações durante a guerra do Ultramar;

Considerando o extraordinário sangue-frio, espírito de disciplina, preparação militar e elevado patriotismo, dignos das mais altas tradições do Exército Português, revelados por todos os militares do Regimento de Comandos em várias situações e inclusivamente quando este foi chamado a actuar em defesa da legalidade democrática, altura em que se houve com a maior eficiência, serenidade, e a mais completa abnegação, assumindo desta forma compromissos de iniludível fidelidade à Pátria;

Considerando o extraordinário espírito de corpo e invulgar eficiência técnica que o Regimento de Comandos tem vindo a revelar desde a constituição das primeiras unidades de Comandos, sempre norteados pelo ideal de bem servir o Exército e a Pátria:

António dos Santos Ramalho Eanes Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Dec.-Lei nº 44 721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Regimento de Comandos o título de Membro-Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário da República, nº 96 – II Série, de 26 de Abril de 1985)

Condecorações do Regimento de Comandos

A Unidade é a herdeira de todas as tradições atribuídas a Unidades Comandos:

  • Membro Honorário da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito
  • Condecoração do Regimento de Comandos.
  • Medalha de Ouro de Valor Militar com Palma
  • Condecoração do Centro de Instrução de Comandos da Região Militar de Angola.
  • 11 Medalhas da Cruz de Guerra de 1ª Classe:
  • 3ª Companhia de Comandos (Guiné);
  • Batalhão de Comandos (Guiné);
  • 19ª Companhia de Comandos;
  • 20ª Companhia de Comandos;
  • 30ª Companhia de Comandos;
  • 33ª Companhia de Comandos;
  • 4ª Companhia de Comandos (Moçambique);
  • 21ª Companhia de Comandos (Moçambique);
  • 28ª Companhia de Comandos (Moçambique);
  • 29ª Companhia de Comandos (Moçambique);
  • 38ª Companhia de Comandos (Guiné).
  • Membro Honorário da Ordem Militar de Cristo
  • Condecoração do Centro de Tropas Comandos.
  • Membro Honorário da Ordem Militar de Avis
  • Condecoração do Regimento de Comandos.
  • Medalha de Ouro de Serviços Distintos com Palma
  • 32ª Companhia de Comandos.
  • 2 Medalhas de Ouro de Serviços Distintos:
  • 1ª Companhia de Comandos da Brigada de Reacção Rápida;
  • 2ª Companhia de Comandos da Brigada de Reacção Rápida.
  • 2 Guiões de Mérito do Exército:
  • 3ª Companhia de Comandos (Guiné);
  • Batalhão de Comandos Guiné).
  • Medalha de Ouro de Mérito Municipal de Sintra – Serviço Público
  • Condecoração do Centro de Tropas Comandos.


General “CMD” António da Silva Osório Soares Carneiro

Grau da Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 1 de Julho de 1994

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o General António da Silva Osório Soares Carneiro, desempenhou as mais altas funções militares do País, Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas durante perto de cinco anos, com mérito excepcionalmente relevante;

Considerando que ao longo da sua carreira, tanto em campanha como em funções de elevada responsabilidade, se impôs à consideração dos seus concidadãos pela firmeza, integridade de carácter, abnegação e culto dos valores militares ao serviço dos superiores interesses nacionais;

Considerando o proposto pelo Governo e ouvido o Conselho das Antigas Ordens Militares:

Mário Soares, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos da respectiva Lei Orgânica, aprovada pelo Decreto-Lei n° 414 A/86 de 15 de Dezembro, confere ao General António da Silva Osório Soares Carneiro, de nacionalidade portuguesa, o Grau da Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário da República, nº 167 – II, Série de 21 de Julho de 1994)

Biografia

General de 4 Estrelas, António da Silva Osório Soares Carneiro, nasceu a 25 de Janeiro de 1928, na freguesia de Custóias, concelho de Matosinhos. Alistado e incorporado, como voluntário, em 29 de Agosto de 1947. Frequenta o curso da Escola do Exército, que termina em 1949. Aspirante a Oficial em 1 de Novembro de 1950, no Batalhão de Caçadores na 9. Colocado na EPI, em 12 Setembro de 1951. Frequenta com aproveitamento o curso de Educação Física, no ano de 1950/51. Alferes de Infantaria em 1 de Novembro de 1950. Em 17 de Outubro de 1953 embarca para Angola, como Tenente, em comissão militar voluntária. É colocado, em Janeiro de 1954, no Destacamento de Vila Luso, do Batalhão de Caçadores na 2. Assumiu o comando do Destacamento de Vila Luso, em 21 de Fevereiro. Em 8 de Março de 1955 é colocado no RINL. Nomeado para instruir e comandar um Pelotão de Comandos, com vista à participação nas Manobras Luso-Belgas, a realizar no Baixo Congo. Louvado pelo General Comandante Militar de Angola, pela honrosa participação nas referidas manobras, sendo o único Pelotão que cumpriu a missão imposta no tema dos exercícios. Promovido ao posto de Capitão, contando a antiguidade em 1 de Dezembro de 1955. Em Janeiro de 1960 é colocado no Batalhão de Caçadores
na 5, por mobilização fazendo parte da 1a Companhia de Caçadores Especiais Expedicionárias à Província de Angola (CCEna60). Condecorado com a medalha de Prata de Serviços Distintos, com palma. Embarca a 6 de Junho, com destino a Cabinda. Em 12 de Junho de 1963 é requisitado para uma comissão civil, como Ajudante de Campo e Chefe da Repartição de Gabinete do Governador de Timor, regressando a 22 de Março de 1966. Em 1966 é colocado na RMA como reforço da guarnição normal, iniciando a comissão em 15 de Outubro de 1966, como 20 Comandante do Centro de Instrução de Comandos. Averbado o 60 Curso de Comandos, em 22 de Fevereiro de 1967. É promovido a Major em 15 de Abril de 1967. Em Novembro de 1968 é nomeado Governador do Distrito da Lunda. Em1 de Novembro de 1973 é nomeado Secretário-Geral do Estado de Angola, até 11 de Junho de 1974, data da extinção do cargo. Promovido a Coronel em 14 de Setembro de 1974. Em 23 de Janeiro de 1987 é nomeado Vice-Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Em 22 de Janeiro de 1987 é promovido a General de 4 Estrelas. Em 29 de Março de 1989 é nomeado Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas. Em 25 de Janeiro de 1994 passou à situação de reforma.

Louvor

Louvado, porque, como 2º Comandante do Centro de Instrução de Comandos da Região Militar de Angola e Director de Instrução, mais uma vez revelou as excepcionais qualidades de trabalho, invulgar dedicação e extraordinário apego à realização de todos os serviços que lhe foram confiados e que o classificam como um oficial muito estudioso, de vasta cultura militar e com plena consciência dos problemas ultramarinos, que integram a actual conjuntura nacional tendo comandado interinamente e por vários períodos a sua Unidade e tendo-lhe sido cometido o Comando directo de várias operações no âmbito da acção dos “Comandos” demonstrou cabalmente visão clara, inteligente e oportuna das situações, decisão e extremo bom senso conseguindo resultados apreciáveis e de grande interesse.

Servindo devotada mente, indiferente à dureza das missões que lhe foram confiadas e que lhe consumiram as suas energias e saúde, o Major SOARES CARNEIRO prestigiou as instituições militares e o Exército, e os serviços que prestou na Região Militar de Angola devem ser considerados extraordinários, muito distintos e relevantes.

Major-General “CMD” Jaime Alberto Gonçalves das Neves

Grau de Grande-Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 13 de Julho de 1995

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Coronel de Infantaria “Comando”, Jaime Alberto Gonçalves das Neves ao longo da sua brilhante e valorosa carreira militar prestou altos serviços às forças e à Pátria, marcados pelo heroísmo, abnegação, altruísmos e notável espírito de decisão;

Considerando que no comando de tropas em campanha revelou invulgares qualidades de chefia, espírito de missão, coragem e sangue frio em acções de alto risco debaixo de fogo;


Considerando que o Coronel Jaime Neves teve uma participação decisiva nas acções militares que conduziram à restauração da democracia em Portugal e à sua intransigente defesa, nomeadamente pela sua actuação em 16 de Março de 1974, em 25 de Abril de 1974 e em 25 de Novembro de 1975 e que teve importantíssima acção na reestruturação da disciplina nas Forças Armadas;

Considerando as qualidades de carácter, generosidade e frontalidade que são timbre da sua personalidade e o prestígio nacional de que goza, quer entre os seus camaradas de armas, quer na sociedade civil;

Considerando os efeitos de heroísmo militar e cívico do Coronel Jaime Neves, as elevadas condecorações e significativos louvores, que lhe foram atribuídos ao longo de toda uma carreira militar, que constitui elevado exemplo e o elegeu como motivo do maior prestígio para as Forças Armadas e credor da gratidão do povo português:

Mário Soares, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos da respectiva Lei Orgânica, aprovada pelo Decreto-Lei nº 414-A/86, de 15 de Dezembro, confere ao Coronel de Infantaria “Comando”, de nacionalidade portuguesa, o Grau de Grande-Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. Por firmeza de que se lavrou o presente alvará, que vai ser devidamente assinado.

(Publicado no Diário da República, nº169 – II Série, de 24 de Julho de 1995)

Biografia

Major-General “Comando”, Jaime Alberto Gonçalves das Neves, nasceu a 24 de Março de 1936, na freguesia de S. Dinis, concelho de Vila Real. Alistado e incorporado em 15 de Outubro de 1953, na Escola do Exército, terminando em 1956 e colocado como Aspirante a Oficial, na EPI. Promovido a Alferes em 1 de Novembro de 1957, no BC 3, em Bragança. Embarca para Moçambique em 16 de Novembro de 1957. Destacado com o Batalhão de Moçambique para o Estado da Índia, desembarcando no porto de Mormugão, em 24 de Março de 1958. Em 1 de Dezembro de 1959 é promovido a Tenente. Regressa a Moçambique a 12 de Maio de 1960, regressando à Metrópole em 24 de Dezembro de 1961. Promovido a Capitão em 1 de Dezembro de 1961. Em 30 Novembro de 1962 embarca para Angola, por ter sido nomeado para uma comissão por imposição. Colocado no Batalhão de Caçadores nº 381, como oficial de reabastecimentos. É nomeado comandante da Companhia de Caçadores Especiais nº 365. Nomeado para servir em comissão militar por escolha na RMA, destinado às Companhias de Comandos. Embarcou, em 28 de Maio de 1965, comandando a 2ª Companhia de Comandos. Frequentou o 4º Curso de Comandos com aproveitamento. Em 10 Maio de 1966 embarcou com a 2ª CCmds para Moçambique, por imposição de serviço. Condecorado com a medalha da Cruz de Guerra da 1ª classe. Regressa em Setembro de 1967. Colocado no CIOE como instrutor de cursos de comandos. Em 22 de Abril de 1970 embarca para Angola levando sob seu comando a 28ª Companhia de Comandos que iria frequentar o curso de Comandos no CIC/RMA, seguindo para Moçambique, em 3 de Agosto de 1970. É promovido ao posto de Major em 1 de Setembro de 1971. Comanda o Batalhão de Comandos de Moçambique de Janeiro de 1972 a 14 de Outubro de 1973. É colocado na 3ª Repartição do Estado-Maior do Exército. É nomeado comandante do Batalhão de Comandos nº 11 de 04 de Julho de 1974 a 30 de Abril de 1975 e do Regimento de Comandos, em 01 de Maio de 1975, sendo graduado no posto de Coronel. Em 1de Setembro de 1981, marchou a apresentar-se no QG/GML, por ter transitado, a seu pedido, à passagem à reserva. Promovido por distinção ao posto de Major-General, em 17 de Abril de 2009.

Louvor

Louvado, porque no comando da sua Unidade evidenciou, em todas as circunstâncias, qualidades de coragem física, decisão e energia que lhe mereceram a estima e consideração de todos os seus subordinados e o alto conceito em que é tido pelos seus superiores hierárquicos.

O Capitão GONÇALVES DAS NEVES organizou e dirigiu a sua Companhia de Comandos de forma a torná-Ia uma Unidade da mais elevada eficiência operacional, comprovada pelos magníficos resultados obtidos em acção contra o inimigo. O valor da sua Unidade em operações, aliado à excelente disciplina, permitiu que o Comando da Região pudesse empregar a 2ª Companhia com a maior confiança no seu rendimento e eficiência.

No comando da sua Unidade, o Capitão GONÇALVESDAS NEVES participou em todas as missões de combate, sempre dando provas notáveis de bravura, desembaraço, capacidade física, espírito de sacrifício e serena energia debaixo de fogo, a que inúmeras vezes foi sujeito. Em muitas ocasiões comandou um grupo de combate em acumulação com o comando da Companhia e sempre serviu de exemplo aos seus homens, a todos dinamizando com a sua actividade e conduzindo a sua Unidade aos mais assinalados êxitos sobre o inimigo.

São de notar, de forma especial, as operações “Açor”, “Catatua”, “Olho Vivo”, “Picanço”, “Licas”, “Hebraico”, “Polinómio”, “Maionese”, “Martelada”, “Trolha”, “Desbravar”, “Finalmente”, “Chaimite”, “Aveiras”, “Alentejano”, “Mabecos Raivosos” e “Furriel Aguiã” que, praticamente, cobriram toda a área subvertida da Zona de Intervenção Norte.

Além das qualidades que o tornam particularmente apto para o comando de forças neste tipo de guerra, possui ainda o Capitão GONÇALVES DAS NEVES dotes de carácter, lealdade e honestidade profissional que o tornam um elemento de prestígio dentro do Exército, que serve tão devotadamente.


General “CMD” João de Almeida Bruno

Grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 31 de Maio de 1973

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Major de Cavalaria “Comando”, João de Almeida Bruno, durante a permanência no BCav 745 como reserva da RMA, evidenciou em todas as operações em que voluntariamente tomou parte, excepcionais qualidades de Chefe e Comandante, demonstrando sempre alto espírito combativo, coragem, decisão, sangue-frio, grande e extraordinária energia e serenidade debaixo de fogo, total desprezo pela vida e pelo perigo e verdadeiro espírito de missão, tendo sido distinguido com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe;

Considerando que no teatro de operações da Guiné tem cumprido com excepcional brilhantismo as complexas missões de que tem sido incumbido, revelando-se um Chefe altamente valoroso e profissionalmente competente, demonstrando em circunstâncias de evidente risco de vida e junto dos seus homens, que o veneram, rara abnegação, bravura e capacidade de decisão, constituindo notável exemplo de verdadeira vocação militar, pelo que foi condecorado com a medalha de prata de Valor Militar, com palma:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Major de Cavalaria “Comando”, João de Almeida Bruno, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 157 – II Série, de 6 de Julho de 1973)

Biografia

General de 4 Estrelas, João de Almeida Bruno, nascido a 30 de Julho de 1935, na freguesia de Santa Isabel, concelho de Lisboa. Incorporado, em 14 de Outubro de 1952, na Escola do Exército, foi promovido a Alferes. Mobilizado para Angola, em comissão por imposição desde 5 de Maio de 1961, na Companhia de Cavalaria nº 108 e na Companhia de Cavalaria n° 148. Novamente mobilizado para Angola, em 9 de Janeiro de 1965, como Oficial de Operações e Informações do Batalhão de Cavalaria nº 745 e antes de terminar a comissão ofereceu-se para frequentar o 5º Curso de Comandos, que terminou com aproveitamento em 30 de Setembro de 1966, sendo nomeado no Oficial de Operações e Informações do Centro de Instrução de Comandos/RMA.
Em 24 de Maio de 1968, é designado Ajudante-de-Campo do Governador e Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné. Promovido a Major, em 01 de Março de 1971, é nomeado Chefe do Centro de Operações Especiais, do Comando-Chefe das Forças Armadas da Guiné. Em 1972 é criado o Batalhão de Comandos da Guiné, que sob seu comando atingiu um extraordinário espírito de corpo e invulgar eficiência técnica.
Em 1973, é condecorado com a Cruz de Guerra de 1ª classe e a Medalha de prata de Valor Militar, com palma e promovido, por distinção em combate, a Tenente-Coronel.
No posto de General é Presidente do Supremo Tribunal Militar, de 04 de Maio de 1994 a 04 de Maio de 1998, data da passagem à situação de reforma.

Louvor

Louvado o Major de Cavalaria “Comando”, João de Almeida Bruno, pelo excepcional brilhantismo como vem cumprindo as complexas missões de que tem sido incumbido no Teatro de Operações da Guiné.
Tirando amplo partido das suas extraordinárias qualidades militares, constantemente postas à prova, e que lhe valeram, com incontestada justiça, as honrosas condecorações que ostenta, vem exercendo no Centro de Operações Especiais uma chefia altamente valorosa, demonstrando completa integração na estratégia de contra subversão em curso e apurado sentido da forma de a conduzir.

Com denodado esforço, invulgar competência profissional, alto critério, persistência e comunicativo entusiasmo, converteu o Centro de Operações Especiais num órgão de excepcional eficiência e rentabilidade, perfeitamente adaptado à transcendente missão que lhe cabe na conduta das operações, tendo ainda dedicado particular atenção e cuidado à preparação e acionamento de pequenos grupos orientados para operações especiais, que concebeu e planeou com inexcedível competência, integrando-se frequentemente nas que se ofereciam mais difíceis ou envolviam maior risco.

À testa de um grupo de militares africanos de reduzido efectivo tem percorrido o Teatro de Operações, executando acções de todo os tipos nas zonas mais perigosamente infestadas pelo inimigo, demonstrando, em circunstâncias de evidente risco de vida e junto dos seus homens, que o veneram, rara abnegação, serenidade, bravura e excepcional capacidade de decisão.
Teve especial relevância o seu comportamento nas acções “Nadia”, em Agosto de 1971, “Zavenda”, em Maio de 1972, e num golpe de mão, em Setembro de 1971, em determinada região, em que, frente ao inimigo, numericamente muito superior e debaixo de intenso fogo, conduziu com toda a serenidade a firme reacção dos seus homens, ocupando os lugares mais expostos e a todos contagiando com o seu exemplo de indómita coragem e desprezo pelo perigo.

O Major Almeida Bruno constitui-se notável exemplo de verdadeira vocação militar, e da sua última acção, em constante afirmação do mais puro idealismo, resultou grande brilho e honra para as Armas Portuguesas e para a Pátria.

Coronel “CMD” Fernando Gil Almeida Lobato de Faria

Grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 31 de Maio de 1973

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Capitão de Infantaria “Comando”, Fernando Gil Almeida Lobato de Faria, pelos actos de rara abnegação, valentia e coragem que, com risco da própria vida, praticou em várias operações em que tomou parte em Angola, pelo elevado sentimento do dever, competência e dedicação pelo, serviço, foi distinguido com a medalha de Prata de Valor Militar, com palma;

Considerando que, como comandante da 31a Companhia de Comandos, no mesmo Estado, demonstrou mais uma vez ser um excepcional Chefe e condutor de homens, possuidor de coragem, decisão, serena energia debaixo de fogo e sangue-frio, notabilíssimos que o tornam merecedor do reconhecimento do Exército e da Nação, sendo agraciado com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão de Infantaria “Comando”, Fernando Gil Almeida Lobato de Faria, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº157 – II Série, de 6 de Julho de 1973)

Biografia

Coronel de Infantaria “Comando”, Fernando Gil Almeida Lobato de Faria, nasceu a 16 de Agosto de 1936, em Castelo Branco. Terminou o curso da Academia Militar no ano de 1959. Colocado na Escola Prática de Infantaria, onde desempenhou as funções de instrutor dos Cursos de Oficiais Milicianos. Mobilizado para Cabo Verde em 1962/1963, onde comandou o Pelotão de Atiradores nº 7.
Em Agosto de 1964 é mobilizado no Comando da Companhia de Caçadores nO546, onde a sua brilhante actuação em combate fez jus à condecoração da medalha de prata de Valor Militar, com palma. De regresso a Lisboa é colocado no CMEFED, como instrutor do 1º curso de instrutores de educação física militar. Em 1967 é mobilizado para a Escola de Aplicação Militar de Angola, onde se oferece para frequentar o 8° curso de comandos, que terminou com aproveitamento em 30 de Novembro, no Centro de Instrução de Comandos. Colocado no CIC/RMA foi Director de Instrução e instrutor de 8 cursos de comandos consecutivos. Terminou a comissão em Junho de 1970. Nomeado para comandar a 31ª Companhia de Comandos, em Janeiro de 1971. Ferido gravemente numa operação no Leste de Angola de que resultou a evacuação para Lisboa. Condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe, por feitos em combate considerados de extraordinários, relevantes e distintos.

Louvor

Louvado porque, durante a execução de uma importante operação da Zona Militar Leste, em que tomou parte no Comando da sua Companhia, demonstrou mais uma vez ser um excepcional comandante e condutor de homens. Durante toda a operação desenvolveu uma intensa actividade na procura dos acampamentos inimigos que se sabia existirem na região mas que o guia que lhe fora atribuído não conseguia localizar.

A sua tenacidade e esforço de pesquisa foram recompensados quando, no quarto dia da actuação, a Companhia encontrou o acampamento inimigo que procurava. Estabelecido o contacto, a 31ª Companhia de Comandos foi recebida por um inimigo dotado de grande poder de fogo e instalado com forte organização de terreno, o que provocou uma pequena paragem da Companhia, que logo se lançou ao assalto, galvanizada pela energia e iniciativa do seu comandante, que, à frente dos seus homens e sempre na primeira linha, dava o exemplo.
Notando que através de uma seteira de um abrigo uma arma automática produzia nutrido fogo que dificultava a progressão dos seus homens, o Capitão Lobato de Faria avançou em direcção a esse abrigo e, expondo-se decidida e deliberadamente ao fogo daquela arma conseguiu lançar uma granada para dentro do abrigo e silenciar a arma, permitindo o avanço do restante pessoal para a abordagem ao acampamento inimigo.

Deste acto de valorosa energia e abnegação resultou o Capitão Lobato de Faria ter sido gravemente atingido numa perna por um tiro da referida arma. Mesmo . imobilizado e enquanto lhe eram prestados os primeiros socorros no próprio local, o Capitão Lobato de Faria não deixou de comandar os seus homens, incitando-os constantemente para que fizessem uma limpeza minuciosa e completa ao acampamento.
O Capitão LOBATO DE FARIA confirmou nesta acção ser possuidor de uma coragem, decisão, serena energia debaixo de fogo e sangue-frio notabilíssimo, a par de um extraordinário entusiasmo pela nobre carreira das armas, de uma completa noção do cumprimento do dever e de uma indestrutível determinação de vencer, que o tornaram merecedor do reconhecimento do Exército e da Nação, que tão devotada e brilhantemente tem sabido servir e honrar.


Coronel Graduado “CMD” António Joaquim Alves Ribeiro da Fonseca

Grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 31 de Maio de 1973

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Capitão Miliciano de Infantaria “Comando”, António Joaquim Alves Ribeiro da Fonseca, por feitos heroicos praticados em Moçambique, revelou ser possuidor de personalidade em cujo carácter estão vincados o valor, a lealdade e o mérito, o que lhe mereceu ser distinguido com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe;

Considerando que na Província da Guiné se tem notabilizado por actos extraordinários de muita abnegação, valentia e coragem, no teatro de operações, constituindo a sua acção rara demonstração da grandeza do valor militar, de que resultaram honra e lustre para a Pátria, recebendo a medalha de Prata de Valor Militar, com Palma:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão de Miliciano de Infantaria “Comando”, António Joaquim Alves Ribeiro da Fonseca, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº157 – II Série, de 6 de Julho de 1973)

Biografia

Coronel Graduado de Infantaria “Comando”, António Joaquim Alves Ribeiro da Fonseca, nasceu a 25 de Novembro de 1941, na freguesia da Lapa, em Lisboa. Incorporado em 20 de Janeiro de 1963 no CISMI. Efectuou uma comissão por imposição, como Furriel Miliciano, em Moçambique, de Janeiro de 1964 a 23 de Maio de 1966, integrado na Companhia de Caçadores nº 606, do Batalhão de Caçadores nº 608.

Frequenta o Curso de Oficiais Milicianos no ano de 1966, sendo Aspirante Miliciano no Campo de Tiro da Carregueira. É mobilizado para Moçambique integrando a Companhia de Caçadores nº 1671, do Batalhão de Caçadores nº 1907. É promovido ao posto de Alferes Miliciano contando a antiguidade desde 1 de Novembro de 1967.

De 21 de Julho a 23 de Setembro de 1968, frequenta o Curso de Comandos “Neutel de Abreu”, ministrado pela 4ª Companhia de Comandos, onde permaneceu até ao final da comissão.
Em 1969 é condecorado com medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe. Promovido a Tenente Miliciano a 1 de Dezembro de 1970. É graduado no posto de Capitão em 24 de Novembro de 1971, data em que embarcou para a Guiné comandando a 35ª Companhia de Comandos.

Evacuado para o HMP, em Lisboa, em 1 de Março de 1972, por ferimentos em combate. É condecorado com a medalha de Prata de Valor Militar, com palma, por actos de coragem praticados no teatro de operações da Guiné.
Passou à situação de reforma, no posto de Tenente-Coronel.

Louvor

Louvado pelos actos extraordinários de rara abnegação, valentia e coragem praticado em campanha, no teatro de operações da Guiné, como Comandante da 35ª Companhia de Comandos.
Dotado de elevado espírito militar e de excepcional aptidão para conduzir homens em combate, constituiu, pela sua voluntariedade, energia e indómita coragem debaixo de fogo, um estimulante exemplo para a sua companhia, levando-a sempre a actuar com irresistível agressividade, que bem justifica o alto conceito em que é tida.

O seu arrojo e audácia foram exuberantemente patenteados nas operações “Joeirada 78”, “Juventude III” e “Juventude V”, em que fez manobrar as forças sob o seu comando com decisão e destreza e, a peito descoberto e à frente dos seus homens, se lançou sobre o inimigo, desprezando o seu intenso fogo, forçando-o a retirar perante o ímpeto das nossas tropas e infligindo-Ihe pesadas baixas e a captura de valioso armamento.

Na última destas operações, tendo sido seriamente ferido, manteve-se, firme e digno, no comando da sua companhia, marchando na testa da coluna até ao local de evacuação e igualando, assim, em estoicismo e extraordinária bravura de que tantas provas já dera.

A acção do Capitão RIBEIRO DA FONSECA constituiu rara demonstração da grandeza do valor militar e dela resultou honra e lustre para a Pátria.


Coronel Tirocinado “CMD” Raul Miguel Socorro Folques

Grau de Oficial com palma da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão, de 9 de Outubro de 2015

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

O Coronel tirocinado de Infantaria, na reforma, Raul Miguel Socorro Folques, revelou na sua carreira militar possuir elevadas virtudes militares e capacidades de liderança, aliadas a grandes dotes intelectuais, e inquestionável coragem física e moral, qualidades que lhe granjearam um enorme prestígio entre os seus pares, especialmente nas tropas ‘comandos’.

O coronel Folques, demonstrou amplamente estas qualidades, em campanha ao serviço de Portugal, comandando várias unidades em que, exibindo valentia e serenidade debaixo de fogo, liderou pelo exemplo na vanguarda dos seus homens.

Enquanto capitão, em várias operações debaixo de intenso fogo, mostrou indiferença perante o perigo, galvanizando o seu pessoal e por vezes tomando-lhe a dianteira.

O capitão Folques foi o exemplo de chefe destemido e resoluto, mesmo quando ferido, tendo por estes motivos sido agraciado com a Cruz de Guerra de 2ª Classe, e a Cruz de Guerra de 3ª Classe.

Já como Major graduado, pelo seu valoroso comportamento durante uma operação, em que o seu agrupamento foi duramente atacado, tendo sido ferido no início dessa acção, manteve-se no comando indiferente à dor e ao perigo, dirigindo serenamente a reacção dos seus homens, sendo por esses feitos agraciado com a Cruz de Guerra de 3ª classe.

Considerando que estas acções configuram feitos que revelam elevado espirito de sacrifício, coragem e audácia, e demonstram inequívoco heroísmo, como tal enquadrando-se no âmbito da alínea b) do artº 8º da lei das ordens Honoríficas Portuguesas, Anibal Cavaco silva, Presidente da República e Grão-Mestre das ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos da respectiva Lei, confere ao Coronel Tirocinado de Infantaria, Raul Miguel socorro Folques, o grau de Oficial, com palma, da Ordem Militar da Torre e Espada, do valor, Lealdade e Mérito.

Por firmeza do que se lavrou o presente Alvará, datado de 9 de Outubro de 2015.

Biografia

Coronel Tirocinado de Infantaria “Comando”, Raul Miguel Socorro Folques, nasceu a 02 de Dezembro de 1939, em Vila Real de Santo António. Alistado e incorporado, em 15 de Outubro de 1957, na Academia Militar. Promovido a Alferes em 13 de Abril de 1961, embarcando para Angola, em 19 de Abril, como Comandante de um Pelotão da Companhia de Caçadores Especiais nº.89.

Louvado pelo General Comandante da RMA, por acções em combate e pelo Comandante do CI nº 21. Nomeado instrutor do primeiro Curso de Comandos, que se realizou no Centro de Instrução nº. 21, em Zemba. Promovido a Capitão, em 16 de Junho de 1964, embarca para Angola, 24 de Julho de 1964 no comando da Companhia de Caçadores nº. 476, do Batalhão de Caçadores nº. 477. Em 01 de Junho de 1965 é nomeado Comandante da 1ª Companhia de Comandos. Louvado pelo General Comandante da RMA e condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 3ª classe. É colocado, em 1967, no CISMI. Em Outubro de 1968, embarca para Angola no Comando da 19ª. Companhia de Comandos. Louvado, pelo Brigadeiro Comandante da Zona Militar Leste e pelo General Comandante-Chefe das Forças Armadas de Angola, por se ter revelado um militar de eleição e Chefe Militar de excepcional craveira. Condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe. Nomeado, por escolha, para fazer parte das tropas de reforço ao CTIG. Embarcou em 24 de Julho de 1972. É nomeado 2º Comandante do Batalhão de Comandos, sendo graduado no posto de Major, a 08 de Maio de 1973. Em 01 de Julho de 1973 é nomeado Comandante do Batalhão de Comandos. Louvado pelo General Comandante-Chefe das Forças Armadas da Guiné e condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 3ª classe.

Comandou o 2º Batalhão de Alunos na Academia Militar, em 1974/76. 2ºComandante do Batalhão de Infantaria de Portalegre, em 1977/78. Promovido ao posto de Tenente-Coronel, é nomeado Professor de Táctica no Instituto de Altos Estudos Militares de 1981 até 15 de Junho de 1983. Nomeado 2º Comandante do Regimentos de Comandos, até 20 de Setembro de 1984, por ter sido nomeado Comandante da Polícia de Macau. Promovido a Coronel em 29 de Setembro de 1986, é nomeado Comandante do Regimento de Comandos, em 03 de Novembro de 1986.

Louvor


Coronel “CMD” Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso

Grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 06 de Junho de 1969

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Capitão de Infantaria “Comando” Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso, após oito anos de campanha contra a subversão no Ultramar, pela coragem constante em presença do inimigo, por suas virtudes militares, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, se impôs como um alto valor moral da Nação;

Considerando que em ações militares heróicas em Angola e feitos praticados em combate em Moçambique – que lhe deram jus uma medalha de Prata de Valor Militar e proposta para a Cruz de Guerra de 1ª Classe – revelou personalidade, em cujo carácter estão bem vincados o valor, a lealdade e o mérito:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão de Infantaria “Comando”, Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 153 – II Série, de 2 de Julho de 1969)

Biografia

Coronel de Infantaria “Comando”, Jaime Rodolfo de Abreu Cardoso, nasceu a 6 de Outubro de 1936, em Mosteiro (Vieira de Leiria). Após breve passagem pela Academia Militar, frequentou em 1958, na Escola Prática de Infantaria em Mafra, o Curso de Oficiais Milicianos. Colocado no Regimento de Infantaria nº 8, em Braga, até 1961, ano em que foi mobilizado para Angola, integrou a Companhia de Caçadores nº 318, do Batalhão de Caçadores nº 317. Em Maio de 1962 iniciou a selecção e preparação de um pelotão de militares voluntários do Batalhão, que iria, mais tarde, frequentar no Centro de Instrução nº 21 (Zemba) o curso de “Comandos” e que adoptaria o nome guerreiro de “Fantasmas”. Participou, ainda, como instrutor, dos cursos de “Comandos” em Quibala Norte, nos Centros de Instrução nº 16 e 25, em 1963 e 1964, respectivamente. Participou, ainda, em 1964, na formação dos primeiros “Comandos”, no Centro de Instrução de Comandos (Brá/Guiné) e participou em operações na região de Óio e Cufar. Ainda em 1964 ingressou num curso especial da Academia Militar. Em 27 de Agosto de 1965 é promovido por distinção a Capitão Miliciano. Em 1966 sai da Academia Militar como Alferes do QP graduado em Capitão e é mobilizado para comandar a 7ª Companhia de Comandos, inicialmente destinada para Angola, onde o seu pessoal frequentou o 5º Curso de Comandos, seguindo para Moçambique no final do ano de 1966.

Louvor

Louvado por Portaria de 4 de Fevereiro de 1964:


Por ter demonstrado, através de cerca de um ano de notável e dura actividade operacional no Sector “D”, muitas vezes fora da zona do Batalhão a que pertence, excepcional valor em campanha, justamente reconhecido pelos seus superiores e subordinados, e logo de início louvado em termos muito honrosos pelo Comando do Centro de Instrução nº 21 e pelo Comando do Sector “D”. Dotado de excepcionais qualidades para o comando de forças na contra-guerrilha, impondo-se aos seus subordinados pela sua determinação no cumprimento das mais arriscadas missões e pelo notável sangue-frio, astúcia, agressividade, iniciativa, ponderação, grande coragem e resistência física e moral, além da simpatia conseguida com naturalidade por parte dos subordinados, dedicou inexcedível entusiasmo ao constante aperfeiçoamento e mentalização do seu grupo de “Comandos” o qual, conhecido pelo indicativo guerreiro “Fantasmas”, mereceu justo renome, em face dos seus brilhantes resultados e características de actuação, sendo considerado geralmente como um dos melhores grupos de combate do Norte de Angola e sendo apontado em documentos inimigos como tropa especial.

No comando deste grupo dos “Fantasmas”, cujo nome ficou consagrado através de acções de destacado mérito nas regiões de Quitexe, Cólua, Zemba, Quionenes-Quicabo, Pango, Pedra Verde e Úcua, foi o Tenente Cardoso ferido em combate, atingido por dois tiros inimigos de arma automática, tendo revelado mais uma vez grande valentia, espírito de sacrifício, elevado moral, brio e qualidades excepcionais de comando, conseguindo, apesar de ferido, prosseguir na luta à frente das suas tropas, galvanizando todo o grupo na reacção decidida à emboscada em que tinha caído, logrando assim pôr em debandada o inimigo.

O valoroso Tenente Cardoso, ainda pela sua simplicidade, pelas qualidades invulgares de carácter e pela elevada e firme formação moral, soube criar alto prestígio entre as nossas tropas, por nele reflectirem as virtudes militares e as verdadeiras qualidades que impõem um Chefe militar em campanha. Com este louvor presta-se homenagem ao mais distinto oficial subalterno do seu Batalhão, que tanto o tem honrado e que ao serviço da Pátria tem dedicado o melhor da sua juventude.


Capitão “CMD” Horácio Francisco Martins Valente

Grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 06 de Junho de 1969

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Capitão Miliciano “Comando” Horácio Francisco Martins Valente, após oito anos de campanha contra a subversão no Ultramar, pela coragem constante em presença do inimigo, por suas virtudes militares, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, se impôs como um alto valor moral da Nação;

Considerando que em ações militares heroicas em Angola e feitos valorosos em combate em Moçambique – que lhe deram jus à Cruz de Guerra de 2ª Classe e à medalha de Prata de Valor Militar – revelou personalidade, em cujo carácter estão bem vincados o valor, a lealdade e o mérito;

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber, que nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão Miliciano “Comando”, Horácio Francisco Martins Valente, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, a título póstumo.

(Publicado no Diário do Governo, nº 153 – II Série, de 2 de Julho de 1969)
Morto em campanha, em 11 de Agosto de 1968.
Biografia

Capitão Miliciano “Comando”, Horácio Francisco Martins Valente, nasceu a 29 de Maio de 1938, na freguesia de Vilar, concelho de Vila do Conde. Incorporado em 28 de Agosto de 1960, na Escola Prática de Artilharia, frequentando o curso de oficiais milicianos em 1961. Em 01 de Maio de 1962 é colocado no Regimento de Artilharia Ligeira nº 1,em Lisboa, sendo mobilizado para Angola, integrando a Companhia de Artilharia nO393, do Batalhão de Artilharia nº 400. Embarcou com destino a Luanda em 05 de Dezembro de 1962. De 01 de Julho a 03 de Outubro de 1963, frequentou no Centro de Instrução nº 16, em Quibala Norte, o Curso de Comandos. Comandou o Grupo de Comandos do BART400, designado por “OS GATOS”. Atuou na Zona Intervenção Norte, da Região Militar de Angola, principalmente no sector “D” e “A”. Por determinação superior foi o Grupo de Comandos “OS GATOS” deslocado para a Guiné, a fim de participar na instrução do primeiro curso de comandos naquela Província, onde permaneceu cerca de dois meses, realizando várias operações militares.
Promovido ao posto de Tenente, em 01 de Dezembro de 1964. Frequentou na Escola Prática de Infantaria, no ano de 1965 o Curso de Comandantes de Companhia. Nomeado para comandar a 4ª Companhia de Comandos, em Junho de 1966, embarcando para Moçambique, em 09 de Novembro de 1966. Morto em campanha, em 11 de Agosto de 1968.

Louvor

Louvado por Portaria de 24 de Setembro de 1968:

Pelas notáveis e excepcionais qualidades de comando reveladas como comandante da 4ª Companhia de Comandos e, em especial, da Companhia de Caçadores nº 1553.

Para além do interesse que devotou ao seu aquartelamento e instrução do pessoal, conseguiu, em pouco tempo, pelo seu entusiasmo e espírito combativo, transformar uma Companhia acentuadamente inerte das mais eficientes subunidades.

Participando, por princípio, em qualquer operação da sua tropa revelou-se sempre um planeador inteligente e meticuloso e um executante cuja audácia, sangue frio perante o inimigo, arrojo e valentia debaixo de fogo, o tornam um estímulo permanente para os seus subordinados, que nele admiram e reconhecem qualidades inconfundíveis de comando.

A sua acção aguerrida se devem os inúmeros êxitos alcançados pelas unidades que comandou, traduzidos em inimigos abatidos e armas apreendidas.

Salienta-se, ainda, num acto de justiça que se impõe, a maneira brilhante e extraordinária como conduziu a acção da 4ª Companhia de Comandos na operação “Marte” de ataque à base provincial Gungunhana, para o comando da qual se ofereceu voluntariamente, em virtude de todos os restantes oficiais da companhia estarem feridos por acções do inimigo e acidentes em operações e apesar de ele próprio se encontrar convalescente de um ferimento recebido em combate.

Por meio de valorosa e verdadeiramente magistral conduta, levou a sua unidade indetectada durante a aproximação até à distância de 500 metros do objectivo através de uma região ocupada por população controlada pelo inimigo, sentinelas e armadilhas, do que resultou a total surpresa da operação, um dos factores primordiais do êxito obtido.

Ocupou no dispositivo do ataque o posto de maior perigo, e, indiferente aos tiros do inimigo, com um reduzido grupo dos seus homens, com rara decisão, audácia e valentia, entrou na base inimiga, que, segundo as informações obtidas, deveria possuir cento e vinte elementos armados e acoitar os chefes principais da subversão do Niassa.

Podem classificar-se de formidáveis e excepcionais os resultados desta acção, em que foram abatidos vinte e dois elementos inimigos armados, entre os quais alguns de elevado nível dentro da subversão; capturado todo o material de guerra do depósito base, entre o qual quarenta e quatro armas automáticas e semi-automáticas, cento e sete granadas de canhão, de morteiro, de lança-chamas e de mão, cento e dezanove minas anticarro e antipessoal; destruído um depósito repleto de fardamento e calçado, e capturados valiosíssimos documentos, entre os quais os do chefe provincial de operações da Frelimo. Depois de ter comandado a total destruição da mais importante base inimiga no sector, retirou com a sua unidade sem uma única baixa.

Com as magníficas qualidades militares de firmeza, decisão, rara abnegação, valentia e coragem anteriormente evidenciadas, com grave risco de vida, em frente do inimigo e mais uma vez confirmadas neste valoroso e distinto feito de armas em campanha, que constitui o mais severo golpe até agora infligido ao inimigo no Norte de Moçambique, afirmou-se o Capitão Valente um exemplo vivo de Chefe de indiscutível valor militar, que muito tem contribuído para o bom êxito das operações realizadas e que muito honra as melhores tradições das armas portuguesas, às quais veio acrescentar grande lustre e glória.

Coronel “CMD” Maurício Leonel de Sousa Saraiva

Grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 3 de Junho de 1970

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando de justiça distinguir o Capitão de Infantaria “Comando”, Maurício Leonel de Sousa Saraiva, que, por mais de uma vez, ganhou jus a condecorações por acções em campanha desde 1961;


Considerando que na prática de feitos em combate na Guiné revelou personalidade em cujo carácter estão vincados o valor, a lealdade e o mérito:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão de Infantaria “Comando”, Maurício Leonel de Sousa Saraiva, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 176 – II Série, de 31 de Julho de 1970)

Biografia

Coronel de Infantaria “Comando”, Maurício Leonel de Sousa Saraiva, nasceu na freguesia e concelho da Ganda – Angola, em 1939. Incorporado em 31 de Agosto de 1960, na Escola Prática de Infantaria, frequentando o Curso de Oficiais Milicianos. É mobilizado para a Guiné, onde se apresenta, em 19 de Abril de 1961, no comado do Destacamento de Bedanda e depois no QG/CTIG, desempenhando as funções de Comandante de Pelotão de Comando e Serviços. Em Outubro de 1963 embarca para Angola com alguns militares escolhidos para efectuarem um estágio no Centro de Instrução nº 16, na Quibala Norte, com vista à formação de “Comandos” na Guiné. Em Fevereiro de 1964 participa com um reduzido número de militares na operação “Tridente”, onde obteve extraordinários resultados, resultando da sua actuação o agraciamento da medalha de prata de Valor Militar com palma. Teve acção importante na realização do 1º curso de comandos da Guiné, que tem início de 05 de Agosto a 17 de Outubro de 1964. Comanda o Grupo de Comandos “Fantasmas” constituído por militares voluntários de outras unidades mobilizadas em comissão no CTIG. Por Portaria de 3 de Junho de 1965 é condecorado com a medalha de Ouro de Valor Militar, com palma, pelos actos brilhantes em combate na Guiné. Nesse mesmo ano ingressa na Academia Militar para frequentar um curso especial para ingresso no Quadro Permanente. Em 15 de Julho de 1967 embarca para Moçambique, no comando da 9ª Companhia de Comandos.

Faleceu em 15 de Março de 2002, no posto de Coronel.

Louvor

Louvado o Tenente Miliciano de Infantaria “Comando”, Maurício Leonel de Sousa Saraiva, do Centro de Instrução de Comandos, pela muito prestimosa colaboração que, na presente conjuntura, tem dado ao Comando Territorial Independente da Guiné e, em especial, ao Exército, com a sua proficiente acção. Como instrutor dos quadros dos grupos de “Comandos”, comandou um grupo constituído por instrutores e monitores, no final do primeiro curso realizado neste Comando Territorial Independente da Guiné, com o qual foi efectuada uma operação de combate, que resultou prova excelente e irrefutável de que os instruendos tinham sido cuidadosamente preparados, mercê das inegáveis qualidades excepcionais do instrutor.

Como comandante do grupo de Comandos “Fantasmas” executou 21 acções em curto período de tempo, sempre culminadas por retumbantes resultados, indubitavelmente devidos à técnica perfeita empregada pelos seus componentes, nos quais imprimiu, pelo exemplo, o seu cunho pessoal de combatividade e outros atributos e virtudes militares que deram ao grupo uma tão notável eficiência que pode afirmar-se ser ela a razão primordial dos constantes sucessos alcançados e tudo isto graças às invulgares qualidades de combatente corajoso, valente, destemido e munificente do seu chefe, que tão inteligentemente o soube mentalizar e criar no conjunto espírito de corpo.

Em Novembro de 1964 o seu grupo sofreu perdas elevadas em combate, não obstante, transcorridos poucos dias levava a efeito uma nomadização com óptimos resultados.

É de salientar que este brioso e valente oficial se encontra no termo do prolongamento, por oferecimento, da sua comissão normal por imposição, não obstante o precário estado de saúde em que por vezes se tem apresentado ao serviço.

Na última operação realizada, tendo o grupo sob o seu comando sido detectado pelo inimigo com forte poder de fogo, assaltou valorosamente a posição e apreendeu grande quantidade de material, incluindo algumas das armas dos bandoleiros, não só dos abatidos, como também daqueles que, precipitadamente, abandonaram a luta, perante o ímpeto do ataque.

Pelos seus actos brilhantes e extraordinários de firmeza, audácia, rara decisão, coragem moral e física, desprezo pelo perigo e desmedido arrojo em frente do inimigo, considero valorosos e distintos os feitos de armas praticados pelo Tenente Miliciano Sousa Saraiva, e que dos mesmos resultaram lustre e glória para o Exército.


Capitão Graduado “CMD” João Bacar Jaló

Grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 3 de Junho de 1970

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando de justiça distinguir o Capitão graduado “Comando”, João Bacar Jaló, que, por mais de uma vez, ganhou jus a condecorações por acções em campanha desde 1961;


Considerando que na prática de feitos em combate na Guiné revelou personalidade em cujo carácter estão vincados o valor, a lealdade e o mérito;

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão graduado “Comando” João Bacar Jaló, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 150 – II Série, de 30 de Junho de 1970)

Biografia

Capitão Graduado “Comando”, João Bacar Jaló, nasceu a 2 de Outubro de 1929, em Banir, freguesia de Cacine, concelho de Catió/Guiné Portuguesa. Incorporado como voluntário em 1 de Março de 1949, na 2ª Companhia Indígena de Caçadores. Licenciado em 11 de Junho de 1951, como 1º cabo. Em 11 de Setembro de 1962 é nomeado Chefe dos Caçadores Nativos, onde pela sua actuação valorosa em combate é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe, em 1964. Por Portaria de 8 de Junho de 1965 é graduado em Alferes de 2ª linha, e nomeado Comandante da Companhia de Milícias nº 13. Em 26 de Dezembro de 1966 é graduado em Tenente de 2ª linha. Em 1965 é condecorado com a Cruz de Guerra de 2ª classe. Em finais de 1969 frequenta um curso com vista à formação de unidades de “Comandos” africanos. Em 13 de Fevereiro de 1970 é nomeado comandante da 1ª Companhia de Comandos Africana, cujo curso frequenta com aproveitamento, terminando em 15 de Julho de 1970. É condecorado com a medalha de Ouro de Serviços Distintos, com palma, a título póstumo. Faleceu em combate em 16 de Abril de 1971.

Louvor

Louvado a título póstumo, por proposta do comandante-chefe das Forças Armadas da Guiné, o capitão graduado João Bacar Jaló, pela forma altamente eficiente como comandou a 1ª companhia de comandos africana durante cerca de um ano nesta província.

Dotado de excepcional experiência de campanha, adquirida ao longo de vários anos de guerra na Guiné, evidenciou sempre notáveis qualidades de combatente e de condutor de homens, que estão na base da sua graduação e escolha para o comando da 1ª companhia de comandos africana criada no teatro de operações.

Tendo-se integrado perfeitamente nas suas difíceis funções e na missão que lhe foi cometida, soube impor-se, mercê da sua inteligência, forte personalidade e invulgar sentido do dever, ao respeito, à admiração e à estima dos seus subordinados, criando assim uma subunidade altamente coesa, eficiente e disciplinada.

Na intensa actividade operacional desenvolvida pela companhia, por vezes no cumprimento de missões do mais alto interesse, deu inequívocas provas do seu elevado poder de decisão, coragem, espírito de sacrifício e tenacidade. Na acção “Nilo” realizada em 16 de Abril, comandou a companhia de forma dinâmica e agressiva, avançando debaixo de fogo, a peito descoberto, levando os seus a lançarem-se sobre as posições inimigas com o exemplo da sua conduta. Ao recorrer abnegadamente em socorro de um soldado que fora ferido, indiferentemente ao fogo cerrado, foi vítima de uma explosão que causou a morte, privando assim o exército de um combatente de eleição e de um chefe que soube fazer jus às honrosas condecorações de Torre e Espada e cruzes de guerra que ostentava no seu peito.

O capitão João Bacar Jaló, combatente por excelência, figura de notável prestígio entre as forças armadas e a população da Guiné Portuguesa, soube cumprir heroicamente a sua missão, depondo a vida em sublime holocausto no sagrado altar da Pátria, tornando-se credor do agradecimento público pelos altos, relevantes, extraordinárias e distintos serviços que prestou a nação em campanha, no teatro de operações da Guiné.


Capitão “CMD” Álvaro Manuel Alves Cardoso

Grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 24 de Maio de 1972

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando de justiça distinguir o Capitão Miliciano de Cavalaria “Comando”, Álvaro Manuel Alves Cardoso, que, por mais de uma vez, ganhou jus a condecorações por acções em campanha desde 1961;


Considerando que na prática de feitos em combate nas Províncias de Angola e da Guiné, revelou coragem constante em presença do inimigo, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, virtudes militares estas que o impõem como alto valor da Nação:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Capitão Miliciano de Cavalaria “Comando”, Álvaro Manuel Alves Cardoso, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

Por firmeza do que se lavrou o presente alvará, que vai ser devidamente assinado.

(Publicado no Diário do Governo, n° 86 – II Série, de 11 de Abril de 1973)

Biografia

Capitão Miliciano de Cavalaria “Comando”, Álvaro Manuel Alves Cardoso, nasceu a 26 de Novembro de 1934, na cidade de Nova Lisboa, concelho do Huambo – Angola. Mobilizado para Angola integrando a Companhia de Cavalaria nº 351, do Batalhão de Cavalaria nº 350. De 01de Julho a 3 de Outubro de 1963 frequenta o curso de comandos no Centro de Instrução nº 16, na Quibala Norte. Por acções em combate é condecorado com a medalha de prata de Valor Militar com palma. Promovido a Capitão, em 27 de Agosto de 1965. Em 1966 é nomeado para comandar a 3ª Companhia de Comandos, com destino à Guiné. Em 1967 é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe, por acções em combate. A 3ª Companhia de Comandos sob seu comando é galardoada com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe e com o Guião de Mérito do Exército, no ano de 1968.

Após o regresso da Guiné, em Abril de 1968 tem passagem à situação de disponibilidade.

Louvor

Louvado, pelas qualidades excepcionais reveladas no difícil e especializado comando de uma Companhia de Comandos, pelo alto nível de agressividade, disciplina, espírito de corpo, e eficiência que tem alcançado com a sua unidade, apesar das dificuldades de pessoal com que lutou em determinada altura, e pelos óptimos resultados que tem conseguido nas várias acções que realizou. Muito embora tenha deparado frequentemente com um inimigo ardiloso e bem armado, o Capitão Cardoso tem obtido sucessos muito importantes e alguns deles mesmo espectaculares graças à valentia, coragem, espírito de decisão e determinação que possui em altíssimo grau, arrancando os seus subordinados para a luta, quase sempre com pequeníssimos efectivos, consciente dos perigos mas indiferente a eles, por vezes em situações extrema- mente delicadas e perigosas, alardeando sangue frio e desprezo pela vida. Numa destas situações após uma forte emboscada de que foi alvo a sua Companhia, apesar de atingido e com a arma avariada, conseguiu reunir rapidamente a sua tropa, movendo uma perseguição encarniçada ao lN que debandava, capturando algum material ligeiro e médio, transformando desta forma uma situação difícil num êxito completo para as NT.

Não só como executante enérgico e valente mas como Comandante tem ainda mostrado possuir uma noção muito clara das qualidades de manobra e de astúcia que requer uma tropa neste tipo de conflito e, em consequência, procura pôr o maior cuidado no planeamento das suas acções, visando fazer face a todas as possibilidades Inimigas com a grande preocupação de evitar ser surpreendido.

Profundamente conhecedor dos seus homens a quem instrui meticulosamente e que aproveita sabiamente no sentido de tirar o melhor rendimento do conjunto, possuidor duma técnica de combate muito aperfeiçoada o Capitão Cardoso tem praticado na Guiné, durante cerca de um ano relevantes feitos de armas que muito ilustram, dignificam e honram o Exército que serve com extrema abnegação.


Tenente-Coronel “CMD” Marcelino da Mata

Grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 06 de Junho de 1969

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Segundo-Sargento de Engenharia Rodoviária “Comando” Marcelino da Mata, após oito anos de campanha contra a subversão no Ultramar, pela coragem constante em presença do inimigo, por suas virtudes militares, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, se impôs como um alto valor moral da Nação;

Considerando que em ações militares heroicas na Guiné – que lhe deram jus à Cruz de Guerra de 2ª e de 1ª Classes- revelou personalidade, em cujo carácter estão bem vincados o valor, a lealdade e o mérito:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Segundo-Sargento de Engenharia Rodoviária “Comando”, Marcelino da Mata, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 153 – II Série, de 2 de Julho de 1969)
Biografia

Tenente-Coronel do SGE “Comando”, Marcelino da Mata, nasceu a 7 de Maio de 1940, em Ponta Nova, freguesia de Buba, concelho de Fulacunda. Alistado e incorporado, como voluntário, em 3 de Janeiro de 1960, com a especialidade de condutor auto. Promovido a 1º Cabo em 2 de Agosto de 1963, e colocado no Pelotão de Comando e Serviços do Quartel-General, em Bissau. Pertenceu, como voluntário, ao Grupo de Comandos reduzido, que participou na Operação “Tridente”. Frequentou com aproveitamento o 1º Curso de Comandos, realizado no CTIG, integrando o Grupo de Comandos “Panteras”. Pela sua actuação em combate é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe, em 1966. Promovido por distinção a Furriel do QP. Em 01 de Setembro de 1966 pede transferência para o Batalhão de Caçadores nº 1887, passando a comandar uma Secção do Grupo de Combate tipo “Comandos” “Os Roncos”. É condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 1ª classe. Em 30 de Setembro de1967 é promovido a 2º Sargento.
Em 24 de Junho de 1969 é transferido para a16ª Companhia de Comandos. Em 01 de Setembro de 1971 é colocado no COE/CCFAG e promovido a 1º Sargento. Em 26 de Outubro de 1972 é colocado, por conveniência de serviço, na 1ª Companhia de Comandos Africana. Transferido para o Batalhão de Comandos nº 11, em Setembro de 1974 e em 1 de Maio de 1975, no Regimento de Comandos.

É promovido por distinção a Alferes do SGE, contando a antiguidade a 1 de Agosto de 1973.
 Na situação de reforma extraordinária, desde 19 de Dezembro de 1980.

Louvor

Louvado pela notável valentia, coragem, serena energia e sangue-frio com que actuou, frente ao inimigo, no decorrer de uma operação excepcionalmente difícil e em que, face ao aparecimento de situações imprevisíveis, pôs à prova as suas invulgares qualidades de decisão, de desembaraço e de inultrapassável espírito de missão.

Tendo morrido em combate, pouco depois do assalto a um aquartelamento inimigo, o Comandante do Grupo que desencadeara a acção, foi o Sargento Marcelino quem assumiu o comando das forças executantes, mercê do natural ascendente sobre todos os camaradas, o que constitui prova insofismável das suas qualidades de chefia, que permitiram ainda o integral cumprimento da missão perante situações altamente críticas.

Face à resistência que o inimigo ofereceu em diversas ocasiões, o Sargento Marcelino, pessoalmente, causou ao inimigo elevado número de baixas, actuando com uma coragem e decisão verdadeiramente notáveis, sendo-lhe devido o êxito total da acção, que decorreu sempre com iminente risco de vida. O Sargento Marcelino da Mata demonstrou à evidência reunir excepcionais qualidades de combatente, já demonstradas ao longo de vários anos de luta no Teatro de Operações da Guiné, e que estão na base das honrosas condecorações da Torre e Espada e Cruzes de Guerra que ostenta no seu peito, devendo ser apontado como militar que muito honra o Exército Português e que ganhou jus ao agradecimento da Pátria, pelos altos e relevantes serviços que lhe prestou em campanha.


Tenente-Coronel “CMD” José Manuel Ferreira Gaspar

Grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 06 de Junho de 1969

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Segundo-Sargento de Infantaria “Comando” José Manuel Ferreira Gaspar, após oito anos de campanha contra a subversão no Ultramar, pela coragem constante em presença do inimigo, por suas virtudes militares, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, se impôs como um alto valor moral da Nação;

Considerando que em ações militares heróicas em Angola e feitos valorosos praticados em combate na Guiné – que lhe deram jus à Cruz de Guerra de 4ª Classe e à Cruz de Guerra de 2ª Classe – revelou personalidade, em cujo carácter estão bem vincados o valor, a lealdade e o mérito;

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-Lei nº 44721, de 24 de Novembro de 1962, confere ao Segundo-Sargento Infantaria “Comando”, José Manuel Ferreira Gaspar, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº153 – II Série, de 2 de Julho de 1969).

Biografia

Tenente-Coronel “Comando”, José Manuel Ferreira Gaspar, nasceu a 9 de Junho de 1933, no lugar de Feirões, na freguesia de Mondrões, concelho de Vila Real. Incorporado no RI nº 13, em 11 de Maio de 1954. É mobilizado em 1961, como furriel do Quadro Permanente, para Angola, integrando a Companhia de Caçadores nº 187 do Batalhão de Caçadores nº 186.

Frequentou, em Zemba, no Centro de Instrução nº 21, o curso de “Comandos” com outros militares do seu batalhão, formando o Grupo de “Comandos” designado por “Aço”. Pela sua actuação em combate na Zona de Intervenção Norte, foi louvado e condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe. Promovido ao posto de 2º Sargento em 31 de Maio de 1963. Em 1964 é mobilizado para a Guiné integrando a Companhia de Caçadores nº 1487, do Batalhão de Caçadores nº 1904 e é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 4ª classe, por acções em combate no teatro de operações de Angola. Pelos serviços prestados em acções de combate na Guiné é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe em 1967. É promovido por distinção a Alferes do SGE, contando a antiguidade desde 1971.

Louvor

Louvado pela forma, em muitos aspectos excepcional, como tem desenvolvido as suas funções de Comandante de Secção e de combatente.

Invulgarmente dotado para este tipo de guerra, possuindo coragem e determinação, qualidades de comando, pujança física, serenidade e sangue frio debaixo de fogo, tudo tem posto abnegadamente ao serviço da sua Companhia, não hesitando nunca, no cumprimento das ordens que recebe e imprimindo sempre um cunho nitidamente agressivo às actuações dos seus homens que arrasta com o seu exemplo de combatente, ao mesmo tempo valoroso e sensato.

Em 18 de Maio de 1966, na região de Braia (Fulacunda), durante a Operação “Negaça”, foi decisiva para o êxito alcançado pelas NT a serenidade por ele demonstrada, deixando aproximar a cerca de cinco metros o chefe de um grupo armado lN, permitindo assim que os restantes elementos desse grupo, que distanciados também se deslocavam, se aproximassem, para só então actuar, e a despeito do fogo adverso, logo que para isso recebeu ordem, se lançar prontamente na perseguição.

Em 7 de Agosto de 1966, na região de Gã Formoso, durante a Operação “Nervo”, novamente se distinguiu. Valoroso e decidido, indiferente ao fogo frontal do lN lançado de cinquenta metros, da orla de uma mata sobre a bolanha por onde as NT se aproximavam, arrancou, sem se deter, a peito descoberto, arrastando os seus homens com o seu exemplo, assim desorganizando a resistência lN. Em 6 de Dezembro de 1966, na região de Jufá, durante a Operação “Nortada” mais uma vez ficou bem patenteado o seu valor. Ferido na garganta por um estilhaço de armadilha lN, recusou a evacuação e, quando o lN momentos depois tentou envolver a posição das NT, não hesitou no cumprimento da ordem que recebera, de formar em linha e arrancar à frente dos seus homens, como sempre indiferente ao fogo envolvente do lN, contribuindo decisivamente para pôr o lN em debandada e evitar uma situação que se adivinhava difícil, tanto mais que se tornava imperioso criar condições de segurança para evacuação de outros feridos.

Extremamente correcto, trabalhador e disciplinado, pondo sempre todo o seu interesse e aplicação no desempenho dos serviços que lhe são distribuídos, é um militar completo, em que o seu Comandante de Companhia deposita toda a confiança e que deve ser apontado como exemplo.

Em todas as suas actuações, demonstrou o 2º Sargento Gaspar decisão, sangue-frio, coragem, determinação, desprezo pelo perigo e comportamento honroso frente ao inimigo.


Tenente-Coronel “CMD” Manuel Isaías Pires

Grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, lealdade e Mérito

Alvará de concessão de 31 de Maio de 1971

Presidência da República

Chancelaria das Ordens Portuguesas

Considerando que o Primeiro-Sargento de Infantaria “Comando” Manuel Isaías Pires, que, por mais de uma vez, ganhou jus a condecorações por acções em campanha desde 1961;


Considerando que na prática de feitos em combate na Província de Angola revelou coragem constante em presença do inimigo, alto espírito de sacrifício, decisão, alheamento consciente do perigo, prestígio pessoal sobre as tropas comandadas ou entre os seus camaradas e superiores, virtudes militares estas que o impõem como alto valor moral da Nação:

Américo Deus Rodrigues Thomaz, Presidente da República e Grão-Mestre das Ordens Honoríficas Portuguesas, faz saber que, nos termos do Decreto-lei nº 44721 ,de 24 de Novembro de 1962, confere ao Primeiro-Sargento Infantaria “Comando”, Manuel Isaías Pires, sob proposta do Presidente do Conselho, o grau de Cavaleiro da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, lealdade e Mérito.

(Publicado no Diário do Governo, nº 140 – II Série, de 16 de Junho de 1971)

Biografia

Tenente-Coronel “Cornando” Manuel Isaías Pires, nasceu a 29 de Dezembro de 1938, na freguesia da Sé, concelho de Évora, Incorporado em 6 de Abril de 1959. É mobilizado para Angola e colocado, em 19 de Setembro, no Regimento de Infantaria de Luanda, com destino à 5ª CCaç/RIL que se encontrava em actividade operacional no norte de Angola. De 01 de Setembro de 1964 a 3 de Fevereiro de 1965 frequentou com aproveitamento o 3º curso de “Comandos” sendo colocado na 1ª Companhia de Comandos, da Região Militar de Angola. Devido à sua actuação em operações é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 4ª Classe. De regresso à metrópole é colocado na companhia de instrução do CIOE, como instrutor de cursos de comandos. Em finais de 1968 é novamente mobilizado para Angola, integrando a 19ª Companhia de Comandos. Em 12 de Fevereiro de 1971 é louvado pelo Comandante-Chefe das Forças Armadas de Angola e é condecorado com a medalha da Cruz de Guerra de 2ª classe. Promovido por distinção a Alferes do SGE por portaria de 3 de Fevereiro de 1971. Nomeado por imposição para nova comissão militar para Angola com início a 23 de Outubro de 1971. Por despacho de 20 de Junho de 1974 do General Alto-Comissário de Angola é louvado pela forma altamente eficiente como comandou a 2042ª Companhia de Comandos, na Zona Militar Leste.

Passou à situação de reforma, no posto de Tenente-Coronel.

Louvor

Louvado por S. Exa. o General Comandante-Chefe das Forças Armadas de Angola, o 1º Sargento de Infantaria “Comando” Manuel Isaías Pires, da 19ª Companhia de Comandos, porque tendo comandado na Região Militar de Angola, o 40 grupo daquela companhia, durante um ano revelou extraordinárias qualidades militares e uma noção exacta das responsabilidades a seu cargo. Com o seu exemplo, trabalho esforçado, grandeza de ânimo, espírito de sacrifício e generosidade transformou aquele grupo, afectado pelo falecimento do Oficial Comandante, numa equipa coesa, entusiasta, valorosa, pronta a todos os sacrifícios e altamente eficiente.

Revelou notáveis qualidades de comando e qualificou-se como Chefe de extraordinária bravura e competência, com elevado espírito de missão, insistente na busca do inimigo, não se poupando a esforços e sacrifícios dando constante exemplo de serenidade e coragem sob fogo adverso.

Distinguiu-se especialmente numa operação, pela sua determinação e competência e espírito de missão, mercê do que rebuscou, com astúcia e perícia, a zona de acção, conseguindo localizar a secretaria da concentração inimiga abatendo dois elementos e ferindo outro.

Noutra operação, confirmou as suas invulgares qualidades de combatente, por forma a que, ao ser pressentida uma patrulha inimiga de cinco elementos, com a intuição e agressividade movimentou duas equipas do seu grupo cortando a retirada e empurrando-a na direcção do 2º Grupo de Combate que, em melhores condições no terreno para actuar, abateu e feriu elementos hostis e capturou três armas e algumas granadas de mão. Ainda noutra operação, lançado como intervenção, mais uma vez demonstrou ser Comandante de Grupo de grande valor militar, muito agressivo e determinado, procurando persistentemente o contacto com o inimigo.

Numa das acções, portou-se com muita valentia, sangue frio, serena energia debaixo de fogo e abnegação, pois que, dando exemplo arrancou na direcção do adversário, contribuindo decisivamente para os bons resultados obtidos. Dotado de óptimas qualidades morais, muito leal e excelente camarada, sempre pronto a dar o melhor do seu esforço, o Sargento ISAÍAS PIRES cotou-se como Chefe de craveira invulgar que, com o seu exemplo, arrasta os homens entusiasticamente, sendo justo salientar o seu bravo comportamento no desempenho das funções que competem a Oficial, pois, como Comandante de grupo de combate, demonstrou invulgar competência, qualidade de chefia e notável execução táctica, honrando o Exército que tão devotadamente serve e fazendo jus a que os serviços prestados por si sejam qualificados de extraordinários, dignos de serem devidamente realçados.

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